BBB: É preciso ver com outros olhos!

5 abr

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Por Daiana Gualberto

Olá, leitores!

Há muito tempo estou em dívida com o MIMO. Estou devendo um post sobre Big Brother Brasil (BBB). Acho que chegou o momento de mostrar algumas das minhas observações e reflexões sobre esse programa. Eu sou daquelas pessoas que assiste BBB desde a primeira edição e sigo assistindo, votando, acompanhando o site todos esses anos, inclusive compartilhando desse “vício” com a minha família e amigos. Por que? Eu gosto de analisar as pessoas, refletir sobre as situações, tentar reconhecer quem tem ou não boa índole, descobrir as tendências sociais que são reveladas através dos posicionamentos do público e dos próprios participantes do BBB, enfim, o BBB é um campo de aprendizado sobre comportamento humano e sobre a sociedade, é quase uma pesquisa social com “cobaias” confinadas em um ambiente de alta tensão psíquica. É um jogo social e psicológico.

Esse ano os participantes do BBB foram escolhidos a dedo para representarem importantes parcelas da sociedade: os jovens, adultos, a terceira idade, a pessoa com deficiência, pessoas com visões políticas diferentes, pessoas com diferentes níveis de escolaridade, pessoas com características físicas mais semelhantes aos padrões encontrados na sociedade (dessa vez não escolheram predominantemente os corpos estruturalmente perfeitos, bem malhados e as moças com rostos de boneca). Enfim, os participantes desse ano foram escolhidos para representarem a sociedade como um todo com toda a sua diversidade de aparências, escolhas e formas de pensamento.

Durante a saída da Roberta nós constatamos que uma parcela do público usava as mídias sociais para destilar seu ódio contra a participante atacando as características físicas dela. Opondo-se a isso, essa mesma parcela do público parece tomar as características físicas para defender a permanência de outra sister, a Emilly. Acreditem, já vi muitas pessoas defenderem a sister dizendo “Ela é uma princesa. Ela é linda”, e então idolatram a moça por isso. Esse público acredita que a Emilly é perseguida pelos outros por ser bonita, por ter conquistado o Marcos e por se amar demais. Mas não percebem seus defeitos ou simplesmente passam por cima deles. Afinal, ser “bonita” e “se amar” é o que vale, né gente?

O BBB tem ajudado a quebrar alguns preconceitos, por exemplo, o Pedro causou estranheza no início do programa por usar vestidos, a Marinalva por usar shortinhos/vestidos curtos/biquínis/salto alto e a Roberta por usar biquínis continuando “pleníssima”.

A naturalidade com que o Pedro usava seus vestidos quebrou alguns preconceitos; o participante chegou a ser visto como gay, mas no decorrer do programa ficou claro que a roupa dele não definia sua sexualidade.

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Foto: Reprodução

Marinalva mostrou que não ter uma das pernas e usar prótese não impede ela de usar qualquer tipo de roupa que ela queira, não é o olhar de estranheza que algumas pessoas lhe lançam que irá interferir na ida dela de biquíni para a piscina ou no uso de shortinho no seu dia-a-dia. Marinalva está de parabéns! Não é ela que precisa mudar, são as pessoas que olham com estranheza que precisam saber olhar com outros olhos.

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Foto: Arquivo pessoal

Sobre a Roberta, vejo que ela arrasou nos looks da piscina e em todos os outros da casa, vestida de auto-estima e alegria, sendo plena, é isso que as mulheres “gordinhas” (inclusive eu) precisam vestir. Quando você se sente bem com você mesma, você irradiará beleza e não existirá ninguém capaz de te fazer acreditar que você não é linda.

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Foto: Reprodução

Para finalizar, considerando os últimos acontecimentos da casa mais vigiada do Brasil e, principalmente, o último paredão “Ilmar x Marcos” percebo que é preciso que a gente se vista diariamente de verdade, de respeito pelos outros, honrando o que acreditamos, sendo leais aos amigos e respeitando os nossos adversários, seja no jogo ou na vida. É preciso que a gente se vista de caráter sempre, mesmo que em algumas circunstâncias isso se mostre um desafio (no caso do confinamento). E para nós, enquanto sociedade, é preciso que a gente aprenda a ver com outros olhos, só assim poderemos começar a ver a verdadeira beleza que existe nas pessoas, e essa não é a beleza física.

Abraços!

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